Musicas e Letras

21/01/2011

Na garagem de ensaios

Na forja, o próximo C.D.
Júlio
Rui

Hélio

Armindo

Cristina

Glória

18/11/2010

Caravelas do Infante

LAGOS



Banda Tabemdêxa

12/10/2010

Canções do próximo CD dos "Tabémdêxa"

Os Tabémdêxa são uma Banda que se preza de tocar quase exclusivamente, música original. Para os nossos fans, aqui deixamos algumas canções do nosso próximo CD.
(os direitos de utilização destes textos, são-nos reservados exclusivamente)

Lisboa cidade

Na esplanada do café
Comer no táxi ou de pé
Nunca nada, em ti muda
Se te rogo és muda e surda

A tua beleza não almejo
Nem a vaidade que arrimas
Dizes chover rosas do céu
Cantas bem mas não me animas

Aqui que ninguém nos ouça
Limpo o chão e lavo a loiça ……………….Refrão
Por dois euros e meio à hora,
- É tempo de dar o fora…

Amo o sol e as auroras
Não quero dormir fora d’horas
Nunca estive embeiçado,
Por ti Maria Cidade

Quero rumorejar às flores do campo
E à terra que dá o vinho
Crenças rezas e milagres
E à Marta fazer um filho, "topas" ?

Águalusa

Água quente mata a gente
Água fria lava e cria
Era um dizer do povo
Que a minha mãe me dizia
Gota a gota a natureza
Dá-lhe cor, forma e graça
Enche rios e ribeiras
E mata a sede a quem passa

Oh infinita pureza
Dás vida, afogas e lavas
Tantas quilhas portuguesas
Em águas doces e amargas
Tão macia e sedosa
Quando evaporas e gelas
E p´ra nossa barriguinha
Enches tachos e panelas

Apanhar água da chuva
Faz o povo com razão
P´ra cozer bem o cozido
A galinha e o grão
Á beira d´água me deito
Tanto prezo água minha
De dormir só no teu leito
E beber na ribeirinha

Tu que lavas as más línguas
Corre corre em liberdade
Lava e leva o que quizeres
Por favor deixa a saudade
Ah gigante povo luso
Gente nobre e lavadinha
À segunda, quarta e sexta,
Com água da ribeirinha

Vai buscar um cântaro d'água
P'lo caminho dá palha à burra
E se vires que está coxa
Pôe-lhe um cravo na ferradura...........Refrão
Água quente mata a gente
Água fria lava e cria
Era um dizer do povo
Que a minha mãe me dizia
A. Gaspar

A trigueira de Bensafrim

Oh linda trigueira
Criada na terra
Namorar contigo
Ai ai, quem me dera

Ai ai, quem me dera
Papoila nascida
Viver nos teus olhos
Toda a minha vida

Cheia de promessas
Vou cantando a vida
Entr’as flores do campo
Sou a preferida

Só gosto do porco
Da vaca e do galo
A mim não me enganas
Meu moço pardal

Moçoila catita
Do campo rainha
olh’o que tu queres
Ai já se adivinha
Ai já se adivinha ...........Refrão
O que nos seduz
Dá cá um beijinho
Ai ‘sus catrapuz
‘sus catrapuz
Ai ‘sus catrapuz

Espero no moinho
Qu’a tu’ mãe não veja
Vai lá ó morena
Deus quer qu’assim seja

Bem sei o queres
Saloio atrevido
Não vou dizer sim
A esse pedido

Armindo Gaspar
O Campeão da Bugalhinha

O Jogo da Bugalhinha.
Este jogo era praticado por ambos os sexos e não existia um número específico de jogadores. O jogo processa-se da seguinte forma: há três *barrocas, os jogadores jogam da primeira para a última, para ver quem é o primeiro a jogar (será aquele que ficar mais perto da barroca). Começam a jogar para a segunda barroca e para a terceira; voltam à segunda e não à primeira.
De cada vez que voltam à primeira as pessoas ganham um palmo (o número de palmos é acordado por todos no início). Chegado ao número de palmos escolhido (as pessoas, para jogarem, fazem o número de palmos conforme o número de vezes que foram à primeira cova facilitando o jogo), os rapazes atiram o berlinde (bugalho) duns aos outros e batendo-lhes eles morrem. Se eles ainda não tiverem chegado ao número de palmos estipulado e baterem no berlinde do outro, passam à outra cova sem ter que lá ir.
*Declives de terra.

Jogo da Bugalhinha

O Campeão da bugalhinha

Em criança já manhoso
Lamentava o triste pai
Da escola não quis saber.
Que difícil foi criá-lo
Como não pode amansá-lo
Acabou por falecer

Olhos grandes orelhas largas
Nos dois palmos de pescoço
Morava um lenço encarnado.
Em baile, feira ou mercado
Ninguém lhe levava a palma
Nem o moço mais pintado

Rei dos piões do berlinde e do arco
Das ratoeiras e da fisga
Mas que arte o moço tinha. ................ .Refrão
Choravam novas e maduras de amores
E os reguilas de inveja
Do campeão da bugalhinha

Por caminhos empoeirados
De pedra e terra batida
Viu Portugal lés-a-lés.
Bebeu vinho p’lo cucharro
Cantou mil fados a rir
E num tratante se fez

Foi p’lo marido apanhado
Deitado meio nú na cama
Da filha da Margarida.
Algazarra, choros e gritos
E de um inferno de aflitos
Um perjúrio foi a saída ................. .....Refrão

Cabelo preto e oleoso
De vara e pau à cintura
Gostava da vermelhinha.
Da Rosa Piña e ciganos
Mas o que mais adorava
Era o jogo da bugalhinha ........ .. . Refrão

Primavera Moça

olho o céu
e tudo me fala de ti
beijo as flores
que plantaste
com amor em mim

primavera moça
abre o meu abrigo
com o verde sensual
que traz consigo

vejo ao longe
um bando
de nuvens marfim
corre um rio
da fonte pura de onde vim

primavera moça ……..

parte o inverno
e tudo quanto
dele é triste
março amigo
agora a alegria existe....... A. Gaspar

Veio de Castela
(Dona Constança)

Veio de Castela
Por terras que Deus fez
Com lindas donzelas
E a sua amada Inês
Véu ao vento
Em sela sentada
Com Pedro na mente
De bela apaixonada

Sujeita a seus olhos
Pergunta-lhe o coração
Se é por ser Castelhana
Por amor ou por razão
Ao unir a sua vida
E o amor sempre durar
Mas sufoca-lhe a alma
P’lo que viu no seu olhar

Levai-lhe ao céu
Amor imperfeito
Torna-lhe o fogo
Que lhe arde no peito
.................................................A. Gaspar

(Sobre D. Pedro e Dona Inês de Castro)
.....................................................Aleixo
Que bonito é ser artista

De vender a sorte grande,
Confesso, não tenho pena;
Que a roda ande ou desande
Eu tenho sempre a pequena.

Não há nenhum milionário
Que seja feliz como eu
Tenho como secretário
Um professor do liceu.

Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista... ................Refrão
Ver as coisas mais além
Do que alcança a nossa vista!

Não é só na grande terra
Que os poetas cantam bem:
Os rouxinóis são da serra
E cantam como ninguém.

Da música a melodia
Diz, pela alma falando,
Mais do que a boca diria
Muitas horas conversando

Aleixo
O Polvo Doirado
(da Praia do Porto de Mós)
......................
...........................................................................Refrão
Pr’a moenda de cereais ......................ó ai ó lari lo lé la
E papagaios de papel ..........................ó ai ó lari lo lé la
A praia do Porto de Mós ....................ó lari lá lá, ó lari lo lé
A Praia do Por de Mós ........................tiro liro liro liro lé

Areia de apanha sois
E de argila milagrosa
Que sarou nossos avós
Que sarou nossos avós

Rei dos rochedos e recantos
Queimando no velho cachimbo
Onças Duque e candoulas
João Raposo mariscou

Pescou um polvo teimoso
Nos tentáculos agarrados
Trazia dobrões espanhóis
Quem sabe se de oiro pensou

João Raposo radiante
Parte à cidade falando
Da sorte grande coitado
Da sorte grande coitado

Vendeu o oiro e a estória
A gente de boa memória
À cerca do polvo doirado
À cerca do polvo doirado

A. Gaspar (inspirado num texto de José Carlos Vasques - Memórias de Lagos)
O chapéu

o chapéu que não tem aba
não dá p’ra ver em alguém
e quem o tem não se gaba
mesmo que saiba que tem
pode ter a cabeça ao léu
qu’admirado não fico
dum homem ter um chapéu
com um bico mais outro bico

tenho ouvido a vida inteira
e o que ouvi, não duvido
desde de que a mulher queira
põe o chapéu ao marido
na cabeça fica colado
nunca vai cair no chão
nunca fica amarrotado
não é como os outros são

o chapéu que não tem aba
é feito secretamente
é moda que não acaba
e vem de antigamente .....................(Refrão)
é chapéu que ninguém conhece
e há quem diga ainda bem
porque assim não aparece
na cabeça de que quem o tem

é um chapéu que não gira
na cabeça da criatura
é chapéu que não se tira
é chapéu que não se pendura
não há chapéu que esteja
na cabeça tão mal preso
mesmo que pesado seja
quem o tem não sente o peso

Texto de Afonso Telo

O pecado

Por faltar à missa
o cura ralhou
com tia Maria
que ontem pecou

com o choro e o pranto
o pão amassou
da tia Maria
a vila falou.

Em terras de além
o filho findou
não quis ir à missa,
o cura ralhou

não rogou à virgem
nem acreditou
por faltar à missa
o cura ralhou.

A tia Maria
à missa não foi
diz ter de cuidar
da terra e do boi

guardou o rosário
na velha gaveta
na cabeça o lenço
mais a saia preta.

Da tia Maria
a vila falou
sofre a triste mãe
que ontem pecou

o Zé Serafim
que não mais voltou
chorou ti Maria,
o cura pensou.
A. Gaspar


Fogueiras de Stª Maria

1 uma pluma
2 duas cruzes
3 trés pulinhos do Alentejo
4 rabo do gato
5 a minha noiva tem um brinco
6 realejo
7 agulhas ou canivete
8 oito biscoito solipa no cú
9 Braquelamim dá esmola ao pobre
10 raminguês
11 bronze
12 feijão delgoso
13 feijão inglês
14 olaré palmada
15 outra mais bem dada
16 outra mais repimpada
17 queres que leve ou que deixe o frete
18 relógio
19 chocolatinho ou banana
20 esta é pr'a tua mana (tradicional)
Texto de Armindo Gaspar
Sob a luz das fogueiras
Dançam uns e outros não
Sob a luz das fogueiras
Dançam uns e outro não
Salta a moça roda a saia
Ao som do acordeão
Ruas de Sta. Maria
Do Paiol a São João

Em cada mastro de fitas
Arco-íris de paixões
Em cada mastro de fitas
Arco-íris de paixões
O sorriso aquece a cor
A esperança emoções
Depois de palavras ditas
Uniam-se os corações

Acende a fogueira
Fogo que me ateia
O caracol da Adelina

Uma vez chove
Outra vez faz sol .........(refrão)
Assim vai a vida
Deste caracol

No quintal da Adelina
Não havia nenhum cão
Era eu um caracol
Que assustava o ladrão

Passo lento e ranho à bica
Se parava, em casa estava
Dormia que era um regalo
Pois ela não se importava

No meio da casa existia
Uma escada em caracol
E lá do cimo a Adelina
Sorria ao ver-me ao sol

P´ra panela nem pensar
Não nasci p’ra ser cozido
Melhor seria cozerem
O caracol do ouvido
A.Gaspar
Va(l)silando com o mar

Esta vida não é vida
É só sonho e fantasia
Estar no mar que não tem peixe
Ai, quem me enfeiteçou já sabia

Corre sal nas minhas veias
que a minha alma tempera
deste mar sem fortuna
Ai pudera eu te a dar, quem me dera

Vem Chica vem
Que estás bem a meu lado..........Refrão
Deixa-me entrar
No teu xaile traçado

Quem me dera que o mar
Ouvisse a minha canção
E guardasse os segredos
Ai, deste triste e pobre, coração

Vai-se o tempo vem a amargura
Marés beijam a minha rede
Neste mar sem fortuna
Ai, mar que não me mata, esta sede

A. Gaspar
O Carpinteiro

Ela viu o carpinteiro
O carpinteiro a carpintejar
Se ele não tiver amores
Vai deixá-lo aplainar

Ela viu o carpinteiro
O carpinteiro a serrar
E se ele gostar de amoras
Dá-lhe silvas p’ra cortar

Serra, serra carpinteiro
vermelha amora nascida.............
Serra toda essa vontade
A vontade da sua vida ................... Refrão
Serra serra carpinteiro
No madeiro ele achará
Os seus olhos, e o coração
Que por ele baterá
Armindo Gaspar

10/07/2008


Na terra crua


Lavrar Depois de escolher uma boa terra, deve-se prepará-la, tirando pedras e ervas daninhas, nivelando e revolvendo o solo para que se torne receptivo e adequado para a semente. Nessa parte entra o trabalho com o arado, geralmente puxado por uma junta de bois, unidos pelo jugo. “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lc 9.61).
R. de Andrade

CD Tabemdexa - 2009
Na terra crua (TABÉMDÊXA)

‘inda mal nasceu o dia, tod’os dias
agarrado à rabeira do arado
sulca a terra em turbilhão e lá abafa
as mágoas que lh’esmagam o coração

entre ternos montes e serras, terra crua
mal diz quantas vezes, o negro triste fado
força a junta das meigas vacas, dá-lhe estafa,
que duro é roubar à terra, o pão

“puxa a direito, força Raminha !
isso minha linda, anda ao rego Amendoeira !”


e sob o silêncio nas calmas manhãs
refrescadas pelo correr da ribeira
qual escravo sem voz gritando por liberdade
quando se ouve ao longe quase em surdina

-“puxa a direito força Raminha,
isso minha linda, anda ao rego Amendoeira”

-chô, chô, Raminha !

letra Mário José-música Armindo Gaspar
.


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21/05/2008

Os nossos textos as nossas músicas







Caravelas do Infante (Tabémdêxa)
.
Mar sal sangue
sonho Luso universo
vento alma fado
era o mote do verso
sina triste
do marujo da proa
de vontade ou forçado
foge em Lagos de Lisboa.
.
Cruz de cristo
leme e Rosa dos Ventos
preces mães filhos
e desgraças aos centos
novo mundo,
que o Infante descobriu
caravelas içaram,
bravo vento algarvio.
.
Caravelas do Infante
que andaram pelo mar fora
mil tormentas mil temores
cascas de nozes gemendo
corpos feridos pela Pátria
qu'inda chora.
A biruta que esvoaça
numa nau a adernar
mostra a rota do Infante
e o mistério de além-mar
ergue o facho da glória a velejar.

.

música e letra Armindo Gaspar
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Clickar na partitura para ver melhor

Teso
.
teso pode ser calão
usado na nossa língua
p'ra mostrar a condição
de alguém que vive à mingua
...
também pode definir
com diferente intenção
a maneira de sentir
calor em certo orgão
....
ser teso por nada ter
é motivo de tristeza
mas teso noutro dizer
é gostoso com certeza
.
ficar teso significa
cumprir destino fatal
se a morte nos estica
numa tesura geral
.
quero mais andar teso
passar fome ou ser preso
do que a vida deixar
não sentindo que sou teso
.
Letra de José Palroz

11/05/2008




Ana mil-homens
.
Moura encantada, flor do mundo
solteira e nua caída ao fundo
mudou de nome, hoje é Ana de mil-homens,
Ana da Rosa.
.
Vestida de algas sol e maresia
de pés descalços brilho e magia
sorria alegre ao moço amado
já prometida, sonho guardado.
.
Corpo perfeito face rendada
um xaile de rede a tez queimada
chegou o barco de quilha ao ar
ele não voltou, levou-o o mar.
.
O amor precoce não dá à costa
de ondas sem seiva ela não gosta
sobe a maré molha a desgraça
guarda o olhar, de quem lá passa.
.
Morre a esperança nasce a saudade
na boca rosa um beijo metade
o coração foi cobiçado
em más areias, atraiçoado.
.
Era a menina Ana da Rosa
por amores falsos mudou de nome
Ana mil-homens chamam-lhe agora
chora na praia, quer ir p´ra fora,
Pelo mar fora.
.
. fishingboatfar_md_wht.gif (4804 bytes)

.
Original dos Tabémdêxa música e letra de Armindo Gaspar
...
ARGAedições Copyright
* foto da colecção de Francisco Castelo
*Click na partitura para ler melhor.
O Casimiro Amola tesouras


A flauta mágica (do Casimiro amola tesouras)

Lá vem o amola tesouras

Já ao longe se ouve a flauta
Não tem hora não tem dia
Sabe a música de cor
Andarilho em manhã fria
“Arrebita” qualquer tacho
Afia tesouras e facões
E os pingos nas cafeteiras
Custam só cinco tostões

Lá vem o amola tesouras

A magia duma flauta
A velha boina inclinada
O rodar do seu esmoris
Assilh’a dama encantada
Dá lições de rebeca
Cavaquinho e português
Cunha chaves e até carimbos
A martelo e a turquês

Lá vem o amola tesouras

Com o alicate de unha
Mata porcos, capa gatos
Vende estórias das Arábias
E ratoeiras p’ra ratos
Chora hoje com saudade
A vila em tarde quente
Dos sonhos do Casimiro
No vinho da sua gente

Lá vem o amola tesouras



Original dos Tabémdêxa música e letra de Armindo Gaspar

ARGAedições-Copyright




Original dos Tabémdexa música de Armindo Gaspar

Todos os temas (músicas e textos) aqui publicados,
são propriedade dos autores.