Musicas e Letras

21/05/2008

Os nossos textos as nossas músicas







Caravelas do Infante (Tabémdêxa)
.
Mar sal sangue
sonho Luso universo
vento alma fado
era o mote do verso
sina triste
do marujo da proa
de vontade ou forçado
foge em Lagos de Lisboa.
.
Cruz de cristo
leme e Rosa dos Ventos
preces mães filhos
e desgraças aos centos
novo mundo,
que o Infante descobriu
caravelas içaram,
bravo vento algarvio.
.
Caravelas do Infante
que andaram pelo mar fora
mil tormentas mil temores
cascas de nozes gemendo
corpos feridos pela Pátria
qu'inda chora.
A biruta que esvoaça
numa nau a adernar
mostra a rota do Infante
e o mistério de além-mar
ergue o facho da glória a velejar.

.

música e letra Armindo Gaspar
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Teso
.
teso pode ser calão
usado na nossa língua
p'ra mostrar a condição
de alguém que vive à mingua
...
também pode definir
com diferente intenção
a maneira de sentir
calor em certo orgão
....
ser teso por nada ter
é motivo de tristeza
mas teso noutro dizer
é gostoso com certeza
.
ficar teso significa
cumprir destino fatal
se a morte nos estica
numa tesura geral
.
quero mais andar teso
passar fome ou ser preso
do que a vida deixar
não sentindo que sou teso
.
Letra de José Palroz

11/05/2008




Ana mil-homens
.
Moura encantada, flor do mundo
solteira e nua caída ao fundo
mudou de nome, hoje é Ana de mil-homens,
Ana da Rosa.
.
Vestida de algas sol e maresia
de pés descalços brilho e magia
sorria alegre ao moço amado
já prometida, sonho guardado.
.
Corpo perfeito face rendada
um xaile de rede a tez queimada
chegou o barco de quilha ao ar
ele não voltou, levou-o o mar.
.
O amor precoce não dá à costa
de ondas sem seiva ela não gosta
sobe a maré molha a desgraça
guarda o olhar, de quem lá passa.
.
Morre a esperança nasce a saudade
na boca rosa um beijo metade
o coração foi cobiçado
em más areias, atraiçoado.
.
Era a menina Ana da Rosa
por amores falsos mudou de nome
Ana mil-homens chamam-lhe agora
chora na praia, quer ir p´ra fora,
Pelo mar fora.
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Original dos Tabémdêxa música e letra de Armindo Gaspar
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* foto da colecção de Francisco Castelo
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O Casimiro Amola tesouras


A flauta mágica (do Casimiro amola tesouras)

Lá vem o amola tesouras

Já ao longe se ouve a flauta
Não tem hora não tem dia
Sabe a música de cor
Andarilho em manhã fria
“Arrebita” qualquer tacho
Afia tesouras e facões
E os pingos nas cafeteiras
Custam só cinco tostões

Lá vem o amola tesouras

A magia duma flauta
A velha boina inclinada
O rodar do seu esmoris
Assilh’a dama encantada
Dá lições de rebeca
Cavaquinho e português
Cunha chaves e até carimbos
A martelo e a turquês

Lá vem o amola tesouras

Com o alicate de unha
Mata porcos, capa gatos
Vende estórias das Arábias
E ratoeiras p’ra ratos
Chora hoje com saudade
A vila em tarde quente
Dos sonhos do Casimiro
No vinho da sua gente

Lá vem o amola tesouras



Original dos Tabémdêxa música e letra de Armindo Gaspar

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Original dos Tabémdexa música de Armindo Gaspar

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